4 de abr. de 2006

Anágua de Carola

Sim, fora da roda,
Observando-a,
O ritmo matreiro
Dos passos daquela menina.
Invadi aquele raio,
Botando-me adentro
Da circunferência.
Conferido o olhar,
Veio-me logo o devaneio
De balançar ao seu lado
No sibilar do cancioneiro.
Seu sorriso desferido
Ao cavalheiro ali argüido
Deu margem ao movimento
E a pegada de jeito na cintura.
Cintura que embalava
Embalada pela embolada.
Canção, ritmo, suor, anseio e
Despertar.
Flor chamada Ana Carolina.
Sensualidade feminina,
Espontaneidade de menina.
Um tropeço na vida
Com charme distinto
Que vem lá do Olimpo.
Eu, ali, engalfinhado à sua cintura,
No transe do balançar de sua saia
Como um adolescente
A imaginar
A anágua de uma carola...


autoria: Élisson (abril de 2006)