28 de nov. de 2008

Valeu

Por todos os que já torceram por mim, valeu.
Pelas pessoas que disseram sim, valeu.
Pelos amigos que nunca souberam dizer não, valeu.
Por todos que de algum modo quiseram me ajudar
Pelos que nada falaram pra não atrapalhar
Pelos olhares que olharam como se eu fosse mar.
Valeu! Por todos os dias que o sol vem me acordar
Valeu! Por todas as frases que vem me acalentar
Valeeeu...antes que eu me esqueça
Pelo que me foi ofertado como gratidão
Pela família aos domingos, pela casa e pelo pão
Pelos que foram antes que eu pudesse lhe dizer, perdão.
Tantas palavras e chances que o tempo já levou
Mas olho pra trás e prefiro risadas ao rancor
Por tantas vezes podíamos ter dado algo mais, amor.
Valeu a mão estendida no olho do furacão, valeu.
A voz aquecida, o conselho e a lição, valeeeu
Antes que eu me esqueça, que eu não possa mais dizer.
Valeu.


música de Guto Gomes (Bahia)

27 de nov. de 2008


De lagarta a borboleta, de lagarta de novo...



A vida é isso aí, meu irmão!
Ou diria Buda, a vida é impermanente!
Ou alguém mais diria, ela é cíclica.
Mas eu lhes digo, ela é um dia após
o outro, apenas.
Ela são nossos pensamentos
sobre o amanhã, nossos suspiros e também
nossos lamentos no dia de hoje. Ela é a lembrança
que dá frio na barriga, mas também as lições que lhe fizeram
sofrer.
Pois bem, a vida é um vai e vem entre o casulo e o céu
Entre a lagarta e a borboleta.
Num dia só dá para ser tudo isso.
E quem vai dizer que não?
Quem tem medo de sofrer.
Quem tem medo de voar.
Quem tem medo de chorar
E depois cair na gargalhada!
Ah...Cada vez mais as previsibilidades,
os julgamentos do certo e errado, as regras,
as satisfações...me enchem....
A vida é o meu casulo: o que eu penso, sinto,
planejo, sonho, sofro, erro...
A vida é o meu vôo: minhas alegrias, meus aprendizados,
meus afetos, meus passos dados, o ar que respiro.
E cabe só a mim saber desse casulo e desse céu azuuuul!
Então, pra vocês daqui pra frente reservo meu sorriso, meu silêncio
ou simplesmente um adeuzinho....
E para vocês, sabem bem quem são, algumas horas de conversa.
Pois vocês, só vocês, eu reservo um lugar nesse meu casulo.
Afinal vocês o conhecem, compreendem , não julgam, me amam.
Quero dar as mãos para os vôos mais lindos ,
com estes poucos que sempre estarão sorrindo ao me ver voando...
E voarão junto...
Afinal vocês, são as minhas borboletas que estão
ao meu lado, apenas ao lado, quando volto...
lagarta de novo
...


23 de nov. de 2008

Boa companheira


Sabe aquela alegria que vem sem sentido.
Vem quando não devia vir
Afinal, as coisas estão todas de ponta cabeça
Tudo virado, mudado, desacertado!
E essa louca chega assim
E deixa assim também tudo ao redor!
Ah! A razão, a lógica, as regras, os olhos
Avisam que isso não é coisa de gente muito certa
A tristeza e a depressão combinariam melhor
Com a ocasião...
Mas não é que a alma dança, o coração está aos pulos!
Os pés como se estivessem voando, os braços
loucos para sair abraçando
Os olhos, os olhos brilhando
Ávidos por cada minuto
Que se passa nessa vida
Curta, imprevisível
Que chega e diz
Aproveita!
Descomplica!
Afirma!
Encoraja!
Ama!
Respira!
Vai em frente
E só ela, pode ser
Nessa estrada
Sua boa companheira
Alegria!



autoria: anacarolinacaldas

16 de nov. de 2008

A coragem de fazer a diferença


Uma pessoa só pode fazer alguma diferença em pleno caos?
As ações de uma única pessoa poderão modificar um sistema social vigente?
Quantas vezes utilizamos como desculpa a frase: De que adianta? Sou somente um na multidão...
Mas, uma mulher, durante a Segunda Guerra Mundial, pensou diferente, agiu e fez a diferença para nada menos de 2.500 vidas.

Pouco conhecida embora, é chamada de A Schindler feminina.
Irena Sendler arriscou sua vida para salvar outras vidas.
Enfermeira, tinha trânsito livre no gueto de Varsóvia, um quarteirão de 4 quilômetros quadrados, onde foram colocadas 500.000 pessoas.

Espalhando notícias, entre os nazistas, de que tifo e outras doenças contagiosas acometiam os confinados no gueto, ela planejou e colocou em prática arriscada estratégia.
Seu objetivo: salvar o maior número possível de crianças judias, retirando-as do gueto.
A parte mais difícil era convencer as mães a lhe entregarem os filhos.
Lamentos, choro, gritos. Mas, em caixas de ferramentas, sacolas, malas, cestos de lixo, sacas de batatas, por dentro do casaco, ela ajudou a retirar crianças do quarteirão.

Por ser idealista, o horror da guerra não lhe arrefeceu a esperança da primavera de paz.
E ela preservou em dois frascos, enterrados sob uma árvore, as identidades de cada uma das crianças: nome verdadeiro e para onde fora encaminhada.
Conseguiu adesão de mais de uma dezena de pessoas, através das quais conseguia documentação falsa para os pequenos.

Em 1943, ela foi presa e levada à prisão de Pawiak. A Gestapo desejava que ela confessasse o paradeiro das crianças: quantas seriam? Quem seriam? Onde estavam? Quem a havia auxiliado?
Irena teve quebrados seus pés e suas pernas e sofreu as mais vis torturas. A ninguém delatou e nada informou.

Condenada à morte, foi salva a caminho da execução por um oficial alemão, subornado pela Resistência.

As pernas fraturadas e as torturas sofridas tiveram como conseqüência a cadeira de rodas, que ela suportou sem reclamações nem queixas.

Manteve, até o final dos seus dias, a serenidade no olhar e o sorriso nos lábios.
Essa mulher corajosa desencarnou no dia 12 de maio de 2008. Foi indicada pelo governo polonês, com o apoio do governo de Israel, ao prêmio Nobel da Paz.
As vidas que salvou das garras do horror nazista e frutificaram em filhos e netos, não a esquecem.

Muitos a foram visitar, no pós-guerra.
Ela figura entre as 6.000 polonesas que ganharam o título de Justo entre as nações, concedido aos que trabalharam pelas vidas dos seus irmãos, nos negros dias da guerra vergonhosa.
Uma mulher que fez a diferença, com vontade e determinação.
Fez a diferença porque não ficou reclamando da situação em que mergulhara a Polônia, mas colocou mãos à obra e realizou a sua parte, acenando esperanças.

* * *
Pensemos nisso, reflitamos e verifiquemos se, nos dias que vivemos, a nossa voz, a nossa atitude, o nosso gesto não pode fazer a grande diferença entre a morte e a vida, entre o desespero e o cântico da esperança.
Pensemos...


Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Irena Sendler, colhidos nos sites http://www.slideshare.net ; noticias.uol.com e pt.wikipedia.org.Em 11.11.2008.

8 de nov. de 2008

Rachel

Mais uma criança. Mais um ato de violência e a banalização.
No dia em que ela foi achada eu li a notícia assim como todos os outros brasileiros que todos os dias sentam-se à frente da televisão e assistem o noticiario da TV. Sinceramente, mesmo que eu seja alguém que procure sempre lutar contra todas as injustiças do mundo, me portei como alguém que lia indignada mais uma notícia de violência, mas que minutos depois mudaria de canal ou página....
À noite, um amigo me informou que ela era filha de um amigo seu. Reli a notícia e vi que eu conhecia seus familiares. Eu sinceramente fiquei assustada com a minha postura, com a minha sensação apática, como se aquilo fosse só mais um caso. Eu fiquei revoltada com a minha falta de indignação...Depois, contei a um amigo da Bahia o que tinha acontecido e ainda comentei que ela era parente de conhecidos. Ele lamentou e comentou: “Aqui hoje uma menina foi morta a facadas.” E então todos os dias saindo ou não nos noticiários, casos, inúmeros casos iguais a esses acontecem... e estão nos amortizando, banalizando, tornando-se normais. A violência é a normalidade em nosso cotidiano. E sinceramente, estamos perdendo o senso da indignação....Os bandidos, os pedófilos, os dementes estão nos ganhando....

Sem querer fazer apologia política. Sem querer levantar bandeiras por mais segurança ou isso ou aquilo....quero voltar a fazer gritar minha consciência que foi acordada quando se deparou com a própria apatia, quero fazer minha revolta se transformar em ação e pedir não justiça, mas pedir que o mundo se humanize. Não pedir apenas. Fazer com as minhas próprias mãos a justiça divina. A justiça do amor, do cuidado com o outro, a justiça principalmente de fazer valer a vez do ser humano. Ser humano...e com ação levar a mensagem que é a hora é agora. Agora é hora de ser humano.

Quero mais do que nunca lutar sim por um mundo mais humano, amoroso, solidário. Não sei como...pois nos sentimos impotentes frente à atrocidades como esta e parece muitas vezes não haver saída. Mas por todas as meninas como Rachel, eu quero fazer acordar minha consciência e me colocar à disposição para fazer desse mundo um mundo melhor.

Se eu estou nesse mundo é para isto. E você também.
autoria:anacarolinacaldas

6 de nov. de 2008

Meu Pai e Eu

de Airton Pimentel

Antes de partir meu Velho me entregou o seu Chapéu
E disse : “Agora meu Filho vais cumprir o teu papel”
Sempre segui seus conselhos de quem agora esta no céu
E seu velho Chapéu de Feltro eu guardo como um Troféu.
Parece que vejo meu Pai quando olho-me no espelho,
Ele quando era mais novo e eu quando estiver mais velho.
O Tempo vem, o Tempo vai Meu Pai e eu, eu e meu Pai
Agradeço a Deus ao Pai que me deu
Quem tem seu Pai agradeça a Deus.
Se me confundem com Ele quando me vêem passando
Abro os meus braços prá queles que em mim estão Lhe abraçando.
Carrego em meu Coração a Tradição e o Sobrenome,
A mais alta distinção que pode alcançar um Homem.
Parece que vejo meu Pai quando olho-me no espelho,
Ele quando era mais novo e eu quando estiver mais velho.
O Tempo vem, o Tempo vai
Meu Pai e eu, eu e meu Pai
Agradeço a Deus ao Pai que me deu

Quem tem seu Pai agradeça a Deus.

... Sem choro, apenas muitas alegrias, 'Brahmas', Churrasco e boas e acalentadoras Lembranças!!!

Abraços à Todos

du Véio Maragato_i_Crioulista (cultuador da Eqüina Raça Crioula)
do primo Nelson Caldas pelo aniversário do meu pai

5 de nov. de 2008

AQUILO QUE FLUI

Só isso que permanece
O resto não era para ser.
Não fica
Vai embora.

O que flui
Sereno é.
E prova o amor
Incondicional

Perdoa
Supera
Silencia
Olha, entreolha
E compreende
Apenas, sente.

O que flui
Sintonia é.
E comprova a verdade
Que liberta

Socorre
Ajuda
Comemora
Vai junto, sem disputa
E vibra
Apenas, flui.



autoria:anacarolinacaldas