24 de jun. de 2010

Aconchego

Amanhã acordo pedindo as bênçãos
Dos céus
E farei tudo o que o dia quiser
Todo o dia
Para esperar a tua mão
Na minha
Quando o sol se por
É por esse aconchego
Que vou lutar os minutos
de amanhã
pra acalmar o
meu desassossego...

22 de jun. de 2010

Homens ou ratos? Mulheres ou copos descartáveis?
Sentei hoje no último banco do ônibus, e em pé na minha frente, dois seres do sexo masculino conversavam... Homens de uns 30, 35 anos. Mas o teor do papo passaria fácil fácil pela faixa dos 18 aos 21... Resumindo, fiquei matutando aquelas palavras, o “raciocínio lógico” e o desprezo pelo amor, respeito e talvez quem sabe educação, a boa. A bendita da alteridade. A tal da consideração....Parece que anda mais fácil descartar...Dizer ao outro: se vire! Do que a máxima faça aos outros o que gostariam que fizessem para você. Fiquei pensando que talvez tenhamos boas exceções, tenhamos ainda entre os homens os que mesmo gostando da multiplicidade de mulheres e ao mesmo tempo... não as tornam objetos descartáveis. Ah, existem homens com H maiúsculo que preferem a boa educação a partir da verdade, do que mascarar o “cafajeste” com velas, elogios e champagnes. Acredito mesmo que existam homens que não agem como ratos e não subestimam as mulheres com quem se relacionam – independente do interesse que tenham por elas... Eca! Essa conversa que reproduzo abaixo me deu nojo, assim como tenho nojo de ratos!

- E aí cara, saindo muito?
- Estamos por ai, o que importa é a mulherada.
- Muita mulher? Quem você está pegando...?
- Ah... a Dani... Nossa, uma coisa! Maravilha!
- Amiga do Ricardo?
- Isso...
- Putz cara, pensei que você tava namorando com a morena lá.
- Morena? Morena? Ah tá... Ela me viu nuns amassos com a Dani. Acho que ficou brava...
- Ih...
- Mas cara... só tenho amigas. Não tem essa de namorando, nâo! Namoradinha, mas inha inha mesmo pode ser a Dani....mas com contrato assinado e todas claúsulas respeitadas...ahahahaha
- Tá certo! Mas e a morena, ficou de cara?
- É... mas nada que uns elogios ao telefone, umas velinhas na sala, uma boa champagne não façam ela vir correndo se por acaso falhar a Dani...
- hahahahhaaha. E também dois trabalhos, né cara?
- Isso, ficar ou não... dois trabalhos...

17 de jun. de 2010


A PRÓXIMA DANÇA

Faz tempo que eu não danço
Nem mais com as minhocas
Que de tão neuróticas
Hoje são um emaranhado patético
No meu cerebelo
Ah! Mas faz tanto tempo que eu não danço
Nem ao menos com os fios
Que amarraram os meus pés
No pé da minha cama
Mas eu queria dançar tudo de novo
A vida inteira!
Todos os minutos dessa vida
Num fôlego só!
E cá estou dedilhando letras
Que bailam aos olhos meus
As poesias que eu invento
Enquanto espero
A próxima dança.
Ah! Se hoje você viesse
Devagar, feito o malandro...
Dançasse uns passos de samba
Do samba que só você sabe dedilhar
Me faria dançar só de imaginar!
A próxima, a próxima dança!

9 de jun. de 2010


Meu desejo....


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer: Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga: Sou seu amor! E estou Aqui!"

William Shakespeare

3 de jun. de 2010


LABIRINTO

Seja mais leve. Foi um ultimato, um desejo profundo, um aviso. Ela, perdida em tantos pensamentos sentiu como se tivesse uma arma apontada. Como fazer isso? Ser mais leve? Se amá-lo vinha sendo um fardo, uma lição difícil, um labirinto. Isso! Um labirinto! Era assim que ela sentia o amor que percorria sozinha. Em cada esquina: um fantasma, uma nova história. Mais uma volta, tenta desistir mas nunca encontrou a saída. Um dia desses se fechou neste amor labirinto e chorou copiosamente. Imaginou tantos outros que lhe abrem as portas com facilidade, se imaginou nos braços deles... Teve saudades de um ou outro. Desejou todo aquele amor declarado, seguro e fluido que lhes ofereciam... Abriu a porta, e ele sozinho, absorto, quem sabe compartilhando de pensamentos parecidos. Quem sabe ele pensava em todas as outras. Como ser leve diante de um amor de mão única? Ela teve um súbito impulso de perguntar. Mas sabia: ele mesmo que implorou por mais leveza, tinha o cenho cerrado, a boca fechada, os braços cruzados quando a conversa tergiversava para o seu interior. Sorriso aberto, gargalhadas, champagne, muita música, tudo que é externo para ele, ficava mais belo, mais leve... enfim. Mas a dela, a sua guerra, era que a leveza fosse dentro, dentro deles. E como uma oração, olhando para ele, cochichou sozinha: “Que os nossos olhos se encontrem no meio da noite e falem tudo o que há para ser dito sem uma única palavra dita. Que ao menor sofrimento, venha mesmo no meio da multidão me socorrer, atender ao meu chamado, meu pedido de ajuda. No meio do labirinto me encontre. Apenas a mão estendida, o abraço apertado, me leve embora. Puxe as cobertas e me acalente com uma música linda de embalar os sonhos. Vou acordar leve e avistar estradas largas e abertas. Já saberei o caminho que me levará até você.”