19 de jan. de 2010


Eco

Fui até...não deveria ter ido

Um pé balançando no precipício

Outro, equilibrando-se

Tentando, esperando te ouvir...

Gritei, gritei tantas vezes

E lá longe, muito longe

Apenas minha voz escutei

Novamente

Gritos e gritos devolvidos

Somente a minha voz...

Num eco triste, sem volta

Quase outro pé

Veio dar o destino que este amor merecia

Mas antes do precipício

Veio o sol

Secar as minhas lágrimas

Me fez adormecer

Cansada, cansada

Dos gritos que ecoaram

E nunca chegaram

Nem sequer perto

Do seu coração

Você agora mora

No precipício

E de lá nunca mais

Vai sair.



Ps:

Quem sabe

Um dia

Escute teus gritos

Ecoando

Voltando para você

Entender o que é um eco sem volta...

Presença

coragem de andar
sobre os precipícios
sem desfalecer,
entre labaredas,
mas não se queimar,
com os violentos
e os indiferentes,
no mundo inimigo,
sem deixar de amar.

de helena kolody
Vovô ganhou mais um dia. Sentado na copa,de pijama e chinelas, enrola o primeiro cigarro e espera o gostoso café com leite. Lili, matinal como um passarinho, também espera o café com leite. Tal e qual vovô. Pois só as crianças e os velhos conhecem a volúpia de viver dia a dia, hora a hora, e suas esperas e desejos nunca se estendem além de cinco minutos...


Viver, de Mario Quintana