28 de jun. de 2008

VOCE ME ENSINOU A CAMINHAR....


Senti e sinto que boa nova vem chegando.
O passado que nem vivi fez um rebuliço
na minha alma, no coração e por fim
na vida.

Uma lição da vida
que me gerou.
Um olhar que é doce esconde
teu sofrimento que te lapidou
pra virar diamante, jóia rara.

Pra fazer desse momento
tempo pra me lapidar
e só um pouco dessa tua
grandeza eu quero alcançar.

Minha grande lição de vida
Daqui eu vou sozinha,
sempre seguindo os teus
exemplos:

Apesar de tudo, você
sempre insistiu na vida
Apesar de tudo, tua arma
foi teu sorriso
Apesar de tudo, o amor incondicional
foi teu remédio
Apesar de tudo, teus olhos
iam além de você
Apesar de tudo, apesar de tudo
tua caminhada “diferente” é a coisa mais bonita
desse mundo!



autoria:anacarolinacaldas
Tempo.

Tem tempo pra tudo.
Tempo pra não ter tempo
Tempo pra não ter nada
Tempo pra dar um tempo
Tempo...

Tem tempo de tudo que é jeito
Tempo frio, tempo quente
Tempo que esquenta
Tempo que esfria
Tempo...

Tem cada nós um tempo
Tempo pra ser
Tempo só pra ter
Tempo pra dizer não
Tempo que é sim
Tempo....


Tem tempo sem nome
Tempo que é da vida
Tempo que é vento
Tempo que é parado
Tempo....

Um tempo pra pedir um tempo
Do tempo
Tempo de correr, tempo de parar
Tempo de ouvir, tempo só de olhar
Tempo pra sentir
O Tempo.

Meu tempo
É hoje e mais nada.


autoria: anacarolinacaldas

25 de jun. de 2008

HISTÓRIAS DO MEU PAI - Nº2

A Briga do Fernando com mais de 100, pra me defender


Com as operações perdi muita escola. Mas finalmente comecei a freqüentar um “grupo escolar”. Entrei com mais de 07 anos. Era a Escola Emilio Meyer e ficava na mesma rua que morávamos. A minha professora também morava na mesma rua, era a Dona Glaci.

Um dia eu estava no recreio, andando de um lado para o outro no imenso pátio. Comia tranquilamente meu pão com ovo, minha merenda diária, quando de repente aparece na minha frente o irmão Fernando.

Eu disse: Como é que você entrou aqui? (era proibido entrada de quem não era aluno) E ele respondeu: Isto não te interessa, seu bobalhão! Eu vi aquele guri te dar um encontrão e tu nem reagiu!

Ora encontrão a gente sempre levava, já que eram mais de 100 alunos correndo em tudo que é direção. Eu disse: Que guri? Eu não vi! Ele me respondeu: Tu já vai ver quem foi. Incontinente, ele correu atrás de um piá e deu-lhe um tapa na cara, que fez o guri sentar no chão. Aí ele olhou pra mim e disse: - Pronto, era assim que tu tinhas que fazer, seu covarde!

De repente, ouve-se um silêncio no recreio. Todos alunos se deram conta que havia um estranho dentro do colégio. E mais grave ainda, que tinha agredido um dos alunos. Começou o cerco no Fernando. Todos os alunos de guarda-pó branco, menos o Fernando. Ele puxou a minha mão pra eu fugir com ele. Já tinha derrubado até o pão com ovo. Era uma horda de alunos nos encurralando mais ou menos uns cem alunos e nós recuando.Era uma onda branca. O Fernando pulou uma pequena árvore que tinha no pátio, quebrou um galho e depois avança contra a gurizada. Foi um esparramo.

Fernando aproveitou a folga e mandou eu pular o muro. Eu pulei, ele veio atrás. Saímos numa rua de trás do grupo. Voltamos para ir para casa. Ele me xingando, porque eu disse que tinha que voltar para o colégio para buscar minha pasta. Porém, quando entramos de volta na Rua Mario Pezzi, onde nós morávamos e onde também ficava a escola...Surpresa! A escola toda nos encurralando de novo.

O irmão Fernandão disse pra mim: “Te encosta no muro, que eu já volto.” Saiu em dasabalada carreira e foi em direção à nossa casa. Eu fiquei ali mais acovardado que um coelho em frente a uma manada de lobos. Todos os garotos começaram a vir para cima e eu ali encostado no muro. Cheguei a pensar em dizer que não tinha nada com isso e que eu nem conhecia aquele louco...

Mas eis que a piazada começou a bater em retirada. Sabem por que? O Fernando vinha de volta correndo com um pedaço de ripa de dois metros de altura com uns pregos na ponta. O mano gritava uns palavrões e arrastava a ripa no chão e saía faísca pra tudo que é lado. Ficou engraçado: a rua tomada pelos alunos de um lado e o Fernando e sua ripa mágica de outro. No meio da multidão dos alunos, por azar do piá, o Fernando avista o dito que tinha me dado um encontrão. “Pra que, meu Jesus!” Foi direto no guri e disse: “Gurizada, vão embora. Deixem só ele aqui e dêem uma ripa pra ele.”

Arrumaram uma ripinha pro pobre do guri. Os alunos recuaram uns 10 15 metros da “arena”. O Fernando com a ripa de dois metros, eu na retaguarda tremendo de medo e de outro lado o gurizinho sentenciado.

O Duelo

O Fernando avançou em velocidade gritando palavrões, novamente. E dizia “Vou te matar, seu infeliz!” “Vou furar teus olhos”. O que aconteceu? O guri jogou a ripinha no chão e fugiu. Os outros torcedores também, todos afinaram. Cheio de moral, o Fernando continuava riscando no chão a ripa mágica. E os guris em tropel entraram na escola.

Eu que estava um pouco atrás, avistei o Fernando correndo, mas correndo muito. Aí eu disse: “Eles estão voltando”? E ele: “Os guris não. Quem vem vindo agora atrás de mim é o inspetor.” Corremos pra casa e fim de estória. Só não consigo lembrar onde é que ficou minha pasta!


autoria: Luiz Carlos Moralles Caldas, meu pai




Reproduzo aqui mais um trechinho já escrito pelo meu pai sobre o mano Fernando:

“ Depois de um duelo proposto por ele comigo, que nem começou, porque o Fernando tirou sarro do jeito que eu estava “em posição de luta”. Começou a rir, rir e rir cada vez mais. E eu furioso. Fomos os dois para casa e ele se matando de rir no quarto e eu escutando, me mordendo de ódio. A mãe pergunta porque ele estava rindo e eu respondo “porque é louco”. Na verdade ele tinha me derrotado só com a risada, sem me dar um tapa. Só com aquela gargalhada... que eu até hoje morro de saudades. Como este mano me faz falta. As vezes a saudade me dói por dentro....”

Meu pai e o Tio Fernando formam uma dupla infalível até hoje. O pai aqui na terrinha e o tio, meu padrinho, lá no céu sempre dando uma espiadinha por aqui. Durante toda a vida, talvez não tenha um dia que o Tio não tenha ligado pro pai – pra saber do futebol, dos filhos, da saúde ou falar de política...

22 de jun. de 2008

HISTÓRIAS DO MEU PAI nº1

"OSTEOMELITE - Tu tens osteomelite, guri.. Mas nós vamos te deixar novinho em folha." Isto eu escutei de um médico ( meses e meses depois de muita dor e febre) não me lembro qual de tantos que me trataram. Do veredicto da pequena dorzinha no meu joelho, pra depois o inchaço e febres intermináveis - foram 09 anos de operações e hospitais ao longo da minha infância (devido à falta de conhecimento de tratamentos e falta de recursos para ir até um hospital melhor...) A mãe queria saber onde eu tinha me machucado. Eu tinha e tenho até hoje duas hipóteses: 1)Um bate bola com os imãos mais velhos. Eu de goleiro, encostado no galinheiro feito de tábuas. 2) Eu gostava de passar do alto de uma pereira para um pé de caqui. Quando eu estava quase conseguindo, como fazia sempre, o galho da pereira quebrou e eu cai lá do alto....

Não sei, não me lembro. Eu só tinha 07 anos. Mas o que é osteomelite? De 1945 a 1954 foram 13 operações. Operações em cima de operações cicatrizadas, minha perna foi ficando esburacada. Eu continuava brincando com os meus amigos e correndo, mesmo com uma perna dobrada e dura. As minhas correrias faziam sair mais sangue e apareciam na minha calça o que assutava meus amiguinhos. Foi mais ou menos nesta época que escutei pela primeira vez a palavra que me arrasou e modificou o meu jeito de ser. Um menino falou que não jogaria mais futebol comigo porque eu era um ALEIJADO. Até aquele dia eu nem sabia o que era um aleijado....(continua)"



Meu pai teve uma infância de provações. Passou humilhações, chegou a sair antes do cinema que tinha como personagem um deficiente físico, com medo que as outras crianças tirassem sarro. Perdeu amigos que tinham vergonha dele e até foi expulso do desfile escolar de 07 de setembro por uma professora, porque ele era "manco" e isso atrapalharia a "beleza" do desfile. Diz ele que ele "estava tão animado com o desfile, pensava na mãe e irmãos o vendo marchar..." Foi vendo os amigos sumirem marchando e o silêncio na rua. Ele sozinho, encostado no muro. Expulso do desfile. Ali perdeu o sorriso por um bom tempo em sua vida... E hoje, sua deficiência é charme - anda mancando bem de leve, quase não se percebe. Mas é difícil explicar como um homem que passou por tudo isso pode ser tão de bem com a vida, tão generoso, tão feliz, tão bem humorado, tão carinhoso, tão justo e humano. Fico pensando quantas vezes ele deve ter ficado com vontade - ao escutar nossas reclamações da vida - jogar na nossa cara o que era sofrimento de verdade. Mas não, nunca fez isso. Nunca usou disso pra dar exemplo.....Minha maior lição de vida é o meu pai. Te amo, paizão!



autoria: luizcarlosmorallescaldas - meu pai.

Vai ser borboleta, vai!


Essa é para a amiga com nome de flor: é a melhor definição para você neste momento – uma semente explodindo em cor , perfume e colorido. Arrebentando a terra, crescendo, aparecendo e desafiando as intempéries ao seu redor. Tava ali escondidinha debaixo da terra, no escuro, no conforto cômodo de não ver a luz, nem as tempestades, nem o amargo e muito menos o doce da vida como ela é. Foi você que me falou ontem: “as vezes temos que deixar os ciclos se fecharem, mesmo contra a nossa vontade. As vezes a gente acha que é hora, mas ainda não é....”. Assim como a natureza.

Teu ciclo é o da primavera, amiga! Vai lá voar feito borboleta, Angélica!


beijo da sua amiga Ana Carolina

Ps: Logo, logo eu te encontro também, feito borboleta.

21 de jun. de 2008

Sítio do Pica-Pau Amarelo

Hoje o sítio está de luto,
o milharal está em silêncio.
Nosso Visconde foi embora
Não nos ensina sabedorias
Não repreende a Emília
Não nos decifra segredos.
Boa viagem, Visconde.
Hoje, sabemos que o pó de pirlimpimpim
existe e funciona.
Obrigado.

Homenagem ao ator André Valli, falecido hoje.
Ele é o eterno Visconde de Sabugosa para muitas geraçoes.



6 de jun. de 2008

Todo dia, lá vem ela...



Quem disse que ia ser fácil?
Se alguém, já nem lembro mais quem foi.
Difícil, tortuosa e as vezes incompreensível. Essa Vida.
Um vida dentro de cada dia assim é a minha.
Não me dou mais o direito de fazer planos.
Só de vez em quando: sonhar no meio da noite.
Madrugo todos os dias ou noites?!
Caminho, mas antes respiro.
Esperança que nessa lufada de ar
Surja uma nova inspiração
Pra recomeçar
Em algum canto, de outro jeito....
Essa Vida.
Mas lá vem ela...



Autoria: anacarolinacaldas
ENTUSIASMO
A palavra entusiasmo vem do grego e significa ter um deus dentro de si. Segundo os gregos, só pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano. Era preciso, portanto, entusiasmar-se. E só há uma maneira de ser entusiasmado. É agir entusiasticamente! Se formos esperar ter as condições ideais primeiro, para depois nos deixarmos possuir por Deus, jamais O deixaremos agir em nós, pois sempre teremos razões para adiarmos Seu agir. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. Entusiasmo é acreditar na nossa capacidade de fazer as coisas acontecerem, de darem certo, de transformar a natureza e as pessoas.
do blog da atriz Claudia Gimenez.