18 de jun. de 2007

Sobre a Maturidade...


Hoje essa jovem senhora a quem tanto estimo e só agora consigo entendê-la, me telefonou. Suas palavras soaram doces, mas como um veredicto assustador:
De todas as vezes que veio para cá, a vi pela primeira vez tão centrada e serena... É a maturidade, minha filha.”

Não esperava, mas senti um frio na barriga. Aquele mesmo frio que senti no primeiro dia da escola, o frio do primeiro beijo, do encontro inesperado, o frio de morar sozinha, o frio dos recomeços, dos desafios. Mas de tudo que foi vivido eu sabia mais ou menos como se parecia. Já a maturidade eu não sei como é.

Ela me diz convicta, assim como talvez tenha também constatado em silêncio no passado: “ela não é mais uma criança, minha filha cresceu.” Dessa vez, porém, a tal da maturidade permitiu que a constatação fosse pronunciada. A tal da maturidade também permitiu que pudéssemos ficar horas e horas conversando numa tarde de sábado como duas velhas amigas. Eu e a minha mãe.

Serena, centrada... Justamente quando um turbilhão de novos pensamentos, novos olhares e novas posturas acontecem aqui dentro... vem esta constatação. A primeira vista, me parece uma loucura combinar isso tudo com a serenidade. Mas, talvez aos olhos já bem vividos, essa combinação vem sendo gestada. A explosão calma: a maturidade.
autoria:anacarolinacaldas