29 de jul. de 2007

REAGE LULA!


Até quando escutaremos os noticiários, em especial os que estiveram sempre em conluio com a elite brasileira, noticiar seus veredictos e os culpados por mais uma tragédia. A culpa é do Lula. E atenção – cada vez mais, a culpa será do Lula. O Movimento “Cansei” em nenhum momento fala do cansaço no que se refere à pobreza, aos meninos e meninas de rua, aos que não tem casa e nem terra, a desigualdade social. Por que quando os meninos da Candelária foram brutalmente assassinados estes milionários que hoje se reúnem para fazer passeata e ainda da forma mais tenebrosa – usando, assim como a mídia, a dor da morte – não se reuniram para protestar? Por quê? Talvez porque essa realidade esteja muito longe dos seus cotidianos de viagens aéreas, dos altos impostos pagos, etc. Afinal são estas as pautas que motivaram a primeira passeata conduzida por gente que está cansada de ter que “tolerar” um ex metalúrgico ser presidente do país que tem dono desde a sua origem: a elite brasileira. Esta elite que manda e desmanda no que o povo engolirá como verdade nos meios de comunicação.

De outro lado, Lula parece ter esquecido sua origem – que tanto honra aqueles que o escolheram como Presidente do Brasil. Pela primeira vez não um doutor que assim como os “manifestantes” do “Cansei” não sentem cheiro de pobre no seu dia a dia... mas um trabalhador que sentiu na pele a opressão desta elite que hoje grita Fora Lula por cima dos caixões do mortos do acidente da Tam ( que ainda está sob investigação e portanto não se sabe ainda o veredicto final, apesar da sentença já ter sido enunciada pela mídia)

REAGE LULA! O que assusta não é o já previsível discurso de quem deseja manter o “status quo”, que não tem responsabilidade nenhuma com um projeto de luta pela igualdade social. Mas, o que é assustador é ver os homens e mulheres deste governo assistirem calados ao que a mídia e a elite organizada estão dizendo e fazendo. Lula errou em passar a mão na cabeça em tantos momentos nestes que hoje sorrateiramente preparam como protestado neste domingo em São Paulo a “sua hora final”. Para ilustrar trecho de uma das faixas do protesto: "Presidente Lula: O dia e a hora chegaram. Honra tua faixa presidencial sobre o túmulo do meu marido Andrei. Lili.”.

O jornalista Mino Carta (Carta Capital) descreve com maestria e responsabilidade este sentimento de perplexidade diante da letargia que toma conta do Governo Lula, do Lula... “Por tempo longo demais o governo foi omisso em relação ao lobby irresponsável das companhias aéreas, à prepotência da Infraero e à leniência da Anac. Neste momento, ele parece acuado diante da enésima campanha midiática, de sorte a animar este ou aquele articulista a zombar dele. Mas é inadmissível, no caso do primeiro mandatário, a prática do esporte preferido dos graúdos, o chute do cadáver. Embora a mídia atinja a chamada classe média e os nababos, não chega ao povo. Os índices de popularidade do presidente são estáveis entre os brasileiros distantes do privilégio. Ou seja, a separação entre os dois Brasis se acentua, e bastaria a Lula ser presidente desta maioria para induzi-lo a uma ação mais determinada em busca de um país melhor. Recorrer aos panos quentes, tais como agradar ao mercado, ou omitir-se, ou recuar diante da Globo que não quer a classificação indicativa, não muda o preconceito atávico, o ódio de classe do burguesote, contra o ex-metalúrgico protegido pelo destino.”

Os tucanos que estão por trás desta manifestação usaram as mortes trágicas para iniciar talvez o derradeiro movimento contra o ex operário. Este ex operário que comandou – aí sim – milhares de trabalhadores contra a opressão e hoje parece ter esquecido disso tudo, da sua força, do seu comando e principalmente dos seus verdadeiros inimigos. REAGE LULA: conta pra todo mundo quem são eles, pára de tentar conciliar os interesses do povo “com essa gente!”, e como disse Mino Carta: ACORDA LULA E CHAMA O TEU POVO. O teu povo, Lula, não é este! É quem sofre calado quando nem dinheiro pra ônibus tem, mas dá um jeito e vai trabalhar. Mas.... minha gente... as mortes todas deste Brasil são culpa do Lula! E o mais importante – a viagem para Disney teve que ser desmarcada neste fim de semana por causa do Lula também!

Ana Carolina Caldas
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Mino Carta: Movimento "Cansei" ressuscita "Marcha da Família, com Deus"


Leia abaixo texto publicado pelo jornalista Mino Carta em seu blog (http://blogdomino.blig.ig.com.br/) nesta sexta-feira (27):

AMarchaEstamos às vésperas do retorno da Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade. Agora passa a se chamar Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros. Trata-se de uma fórmula mais elaborada, mais complexa, mas os objetivos são os mesmos. O movimento foi lançado pela OAB de São Paulo, e conta com o respaldo de figuras importantes da Fiesp e da Associação Comercial paulista, e com a divulgação de televisões e rádios, por ora não melhor especificadas. A idéia inicial faísca no escritório de João Dória Jr., o Iconoclasta Mor, aquele que destruiu a pauladas o monumento dedicado a Cláudio Abramo, o grande jornalista, em uma pracinha do Jardim Europa. Ali desceu o Espírito Santo, e iluminou os primeiros carbonários da grana, unidos em torno do slogan: Cansei. Uma campanha publicitária, oferecida de graça por Nizan Guanaes, gênio da propaganda nativa de inolvidável extração tucana, mais badalado entre nós do que George Clooney no resto do mundo, insistirá em peças destinadas a expor o pensamento dos graúdos envolvidos: “cansei do caos aéreo”, “cansei de bala perdida”, “cansei de pagar tantos impostos”. É do conhecimento até do mundo mineral a quem esses valentes senhores atribuem a culpa por os males que denunciam: nem é ao governo como um todo, e sim ao Lula, invasor bárbaro de uma área reservada aos doutores. Mas o presidente da OAB paulista, certo D’Urso, diz que o movimento não tem conotação política. Enquanto isso, às sorrelfas, o pessoal pede instruções aos mestres. Alguns ligam para Fernando Henrique Cardoso, outros para José Serra. São os derradeiros retoques da tucanização da elite brasileira, a mesma que sentou-se em cima de um tesouro chamado Brasil e só cuidou de predá-lo, com os resultados conhecidos. Incompetência generalizada, recorde mundial em má distribuição de renda, baixo crescimento, educação e saúde descuradas até o limite do crime, miséria da maioria etc. etc. Acorda Lula, chama o teu povo.

23 de jul. de 2007

Assim



Assim, meio assado
O casulo se rompeu, desajeitado
O sorriso se estampou, meio apressado
E o brilho insinuou, bem assanhado

Assim, meio afoita
A esperança foi gerada, numa moita
A idéia veio acesa, não pernoita
E o silêncio já não cala, me açoita

Assim, meio sem jeito
A garganta foi gritando, com direito
O sujeito foi se abrindo, satisfeito
E a comadre renascendo, sem defeito

Assim, meio assim
A moça só deixou a mó, calorzim
O corpo em pó deixou o dó, passarim
A vida em Jó desatou o nó, isto sim!





autoria: Meu amigo Glauber Piva



22 de jul. de 2007

Enquanto isso, vá morrendo...

Assim meio assim...Nó na garganta logo ao amanhecer, o aperto no peito e o sorriso da conveniência no rosto. A noite, o alívio do choro sentido. Outro dia começa e tudo de novo. A moça triste já não sabe o que foi feito dela. Olha para dentro e só o que encontra são seus fantasmas. Pra fora, tanta gente tão perdida, apressada, atônita e sem respostas. Vai esperar ...quem sabe o casulo se abre e ela entende um dia que tudo foi feito assim, meio assim pra ela descobrir que a vida é assim....morrer e nascer a todo momento... Mais forte e os olhos brilhando bem forte de novo. Sorriso franco e aberto. Um dia esse dia, moça triste, de novo chegará....Enquanto isso, vá morrendo pra nascer de novo.



autoria:anacarolinacaldas

12 de jul. de 2007


Um dia aquela menininha me ensinou que a vida vale a pena...


Assim, de rabo de olho, espiando a vida passar
Um belo dia, saiu da janela, e abriu a porta
Brisa suave no rosto, a fez lembrar da sua vida
Guardada por muitos dias apenas no pensamento
Como um quadro pintado na sala de jantar

Alguns passos a mais, seus olhos arderam
Teve medo, olhou pra trás e quis voltar
Mas ali, logo a frente, a sua vida lhe acenava
Uma criança, olhos brilhando e sorrindo
Correu ao seu encontro e lhe disse:

Venha, é fácil, você vai conseguir....”


Saltitando em círculos, a menininha gritava bem alto:


Mas se tiver medo, lembre-se de mim e cante, e pule, e dance, e sorria, e brinque e pense que o medo é o bicho papão que se esconde embaixo da sua cama e nunca te deixa sair pra ver o sol, o mar, o vento, as musicas, as pessoas, a vidaaaaaaaaaaaaaaaa!”

Lá estou eu com ela, ainda com medo, apertando forte a sua mãozinha corajosa
Porque ela sou eu.
Lá eu me vejo, brincando de princesas, super heróis, de castelos e aeronaves
De mãe, de filha, de professora, cantora e bailarina...
Lá, já bem longe, eu estou...
Com uma vontade enorme de sair pulando de alegria por aí!


autoria: anacarolinacaldas
(eu lembrei da amelie poulain...)
GENTE

(de autoria: Renato Kersten)

Tem dias que a gente se sente, um pouco talvez menos gente.
Dias em que se desvia do coco do cachorro e se acerta a bosta de passarinho;
Dias em que os seus amigos te telefonam, umas meninas te convidam pra sair, mas a única pessoa com quem você gostaria de estar esqueceu que você existe.
Tem dias que a gente se sente, um pouco talvez menos gente.
Sempre ao fim do dia vem a noite, a escuridão, às vezes a lua, e o silêncio.
Nasce um novo dia, novo sol....
Um cachorro, agora pra lhe acariciar;
Um passaro, com seu cantar;
Os velhos amigos, que sempre ligam...
Aquela pessoa que te esqueceu talvez te ligue com uma risada gostosa, ou talvez você já não lembre que ela existiu.
Tem dias que a gente se sente.....
Gente.


(obrigada Amigão pela contribuição no blog, bem legal mesmo.Escrever é uma das melhores terapias...Te adoro, amigo!)

11 de jul. de 2007

DEFINITIVO


(por Angélica Maria)

Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com umamigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendoconfiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como umverso:Se iludindo menos e vivendo mais!!!A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável.O sofrimento é opcional.... Carlos Drummond Andrade



Texto acima: de Angélica Maria

8 de jul. de 2007

Clareia!


Sem eira nem beira, sem eira nem beira
Parece brincadeira
Essa coisa de achar que a vida
Vira poeira, vira poeira e vira poeira


Verdade ou mentira
Já não sei de que lado estou
Mas vou
Indo
Ainda
Um dia
Me acho
Eu acho
Encaixo
Me acho
E viro
Poeira, poeira e poeira

Respiro bem fundo
O ar que respiro
Olhos abertos
Tudo clareia
Vai embora
Poeira, poeira e poeira


autoria:anacarolinacaldas