19 de out. de 2010


Nó na garganta

Ela dedilhou palavras sentimentais

Com cuidado para não acordar o que adormecia

As letras eram cuidadosamente lapidadas

Devagar foi dizendo o que sua cabeça não entendia

Contou que as batidas do coração estavam apressadas demais

E ela tinha medo.

E pediu do moço, com ternura, apenas uma ajuda:

- Me ajude a entender.

E suplicou:

- Por favor, me ajude desatar o nó na garganta...

Um silêncio, ele estava a pensar

Pensou ela.

Que aguardava uma resposta com os seus olhos cheios d’água

Inesperadamente, ele respondeu:

- Ai que preguiça...! Mude o rumo desta prosa!

Na hora, o barulho ensurdecedor do desamor soou feito raio e trovão

E a moça que aguardava apenas uma ajuda..

ouviu gritar fundo o silêncio!

Sufocou as dúvidas, escondeu os sentimentos, amarrou ainda mais o nó.

Para evitar que nenhum amor mais saísse de lá.

E chorou a noite inteira

Até o sonho virar mar...e levar

Pra lá todas as mágoas do seu coração

Que não teve culpa

De amar.